19/04/2024
Com uma trajetória marcada pelo interesse e a vontade de fazer a diferença, Wellington Borel, CEO da Algar Telecom Venture Builder, dedicou-se desde muito cedo ao desenvolvimento de habilidades e à disseminação do seu conhecimento sobre inovação corporativa. Ao longo do tempo, evoluiu de Consultor de Design Thinking para Gerente de Inovação e, por fim, líder da Algar Telecom Venture Builder.
Em uma entrevista sobre transformação digital, inovação aberta e modelos de negócio e Corporate Venture, Borel nos contou um pouco sobre a sua história e os elementos que, para além da sua experiência, o impulsionam a continuar inovando. A sua busca pela evolução pessoal, aliada ao compromisso com o crescimento da Algar Telecom Venture Builder como um todo, são aspectos fundamentais destacados por ele.
“O grande objetivo é trazer a cultura do empreendedor para dentro da organização. E eu sempre tive esse comportamento dentro de mim”, conta Borel.
A cultura do empreendedor ou cultura empreendedora representa a essência do empreendedorismo. É o cenário para o fomento da inovação, da busca, seleção e identificação de oportunidades. Além do trabalho criativo, tomada de decisões e o enfrentamento de desafios.
“Cada cultura é única e você sempre deve fazer uma leitura de qual é a sua e qual a melhor forma de encaixá-la na empresa, para também analisar comportamentos e a atuação do time no dia a dia organizacional”, continua.
Borel acredita que essa cultura precisa ser uma via de mão dupla; boa para todos, tanto para a empresa quanto para os colaboradores: “Contribuir para ajustar”, diz ele. E acrescenta:
“Eu gosto e valorizo muito essas misturas culturais, esse aprendizado mútuo que acontece naturalmente. Por exemplo, a cultura da Algar é ‘gente servindo gente’, então falamos sempre sobre humanização, respeito e inclusão”.
Para ele, a alta liderança também exerce papel crucial na definição de estratégias da empresa. Além da consolidação da cultura, busca por soluções mais criativas e novas perspectivas. Sendo peça-chave para o sucesso das ações e desenvolvimento de novos projetos de inovação.
“É muito difícil fazer inovação em uma empresa, independentemente do tamanho, se ela não tem uma deliberação. É até possível, mas com muito sangue, suor e lágrimas. Já com o direcionamento estratégico da alta liderança, você tem muito mais condições de propor soluções disruptivas”.
Por isso, hoje, um dos seus grandes objetivos dentro da companhia é deixar claro quais são os benefícios do real significado de inovação: “… do porque é estratégico e do porque precisa estar dentro da estratégia. E sem dúvida, ter clareza de qual resultado você deseja alcançar por meio da inovação”.
“O meu papel aqui é garantir que essa pauta continue latente. É preciso saber fazer bons alinhamentos, manter as cadências com a alta liderança e dar visibilidade de forma correta. É fundamental esse alinhamento e precisa estar na pauta estratégica”, defende ele.
Borel afirma que é um trabalho de formação geral: “Não é só com treinamentos, mas também levando a mensagem, ajudando esses líderes a terem o próprio discurso para defender as coisas ali. É um trabalho a médio e longo prazo”.
Inovação aberta é um modelo de gestão empresarial voltado para a inovação que promove a colaboração com pessoas e organizações externas à empresa. Ou seja, é uma forma eficiente de as corporações acessarem conhecimento e experiência além de seus recursos internos. Uma vez que a inovação aberta envolve atores que ficam fora das cadeias de suprimentos tradicionais, como universidades ou indivíduos.
Para Borel, a inovação aberta ainda promove o pensamento disruptivo e causa a aceleração: “A inovação aberta acelera. Mas o que ela acelera? A possibilidade de você criar ou trabalhar com novas tecnologias e agilizar soluções. Ela acelera a colaboração entre as partes e engaja as pessoas. A solução é o engajamento e a colaboração”, opina.
Borel também relata sobre como a Algar Telecom Venture Builder funciona na Algar Telecom, empresa de TI e telecom do grupo Algar, e como a iniciativa otimiza os processos de inovação e facilita a jornada das startups que passam pela companhia: “No primeiro momento, a gente dá acesso ao mercado, seja pela contratação da startup, ou montando uma estratégia comercial para vender seu produto no portfólio da Algar Telecom. Em seguida, a gente define um prazo e nesse período estipulamos uma meta de crescimento dela”, explica.
“Depois que a startup entra no portfólio, a gente tem quatro grandes etapas. A seleção, o growth, que é como vamos ajudá-la a crescer, o fundraising, e por último, uma etapa de saída, onde basicamente meu time estipula processos para toda essa jornada, desde a seleção até o exit. Então, o segredo é garantir um bom alinhamento e ter um processo para cada etapa de investimento da startup”.
Ao ser questionado sobre o que ainda pode ser feito para as empresas se aproximarem cada vez mais da inovação, crescer e evoluir, Borel garante: “A maioria até sabe o que é inovação, mas não consegue defender o investimento para esse tipo de movimento. Não sabe o quanto ela pode impactar positivamente os resultados da companhia. É sobre a cultura constante de ter e saber”.
O primeiro passo para começar a implementar a inovação nas organizações é entender sua verdadeira relevância: “Muitas empresas utilizam a inovação como catalisadora ou somente um objetivo financeiro, e não como uma estratégia que gera valor, o que deveria ser o ponto focal. Então, eu acho muito difícil fazer inovação se não tem uma definição ou se a pauta não está na estratégia da companhia”.
Portanto, ter clareza sobre seus objetivos estratégicos é essencial na hora de dar o primeiro passo. Isso demanda uma cultura organizacional estabelecida, equipes capacitadas e um ambiente propício. É possível alcançar tudo isso com apoio, determinação e foco. E Borel exemplifica isso na prática, compartilhando o seu conhecimento e experiências para inspirar empresas e indivíduos a alcançarem objetivos semelhantes.